WikiLeaks: médicos estimam que
Chávez tem de um a dois anos de vida
Presidente venezuelano está em Cuba para tratar uma lesão na região da pélvis
Marcelo García/Palacio de Miraflores/EFE
Ao lado de familiares, Chávez é recebido em Cuba pelo presidente Raúl Castro
O WikiLeaks anunciou nesta segunda-feira (27) que começou a publicar
mais de cinco milhões de emails
confidenciais da Stratfor, empresa privada norte-americana de
inteligência e análise estratégica. Entre os documentos, há detalhes de
inteligência sobre a saúde do presidente venezuelano Hugo Chávez, que
está atualmente em Cuba para uma nova cirurgia. Segundo os documentos,
Chávez teria entre um e dois anos de vida.
Para médicos, Chávez tem possibilidade de se curar de câncer
Raúl Castro recebe Hugo Chávez no aeroporto de Havana
Chávez viaja para Cuba pedindo ajuda a Deus e rodeado de seguidores
De acordo com os e-mails vazados hoje pelo WikiLeaks, datados de
dezembro do ano passado, o tumor de Chávez teria começado a crescer
próximo da próstata e se espalhado pelo cólon, o que teria causado uma
confusão sobre o tipo de tratamento.
- Uma fonte confiável explicou que o câncer se espalhou pelos
gânglios linfáticos, medula óssea e coluna vertebral, ou seja, é muito
sério.
Ainda de acordo com a troca de e-mail de funcionários da empresa
privada norte-americana de inteligência, o presidente venezuelano é
acompanhado por duas equipes, uma cubana e outra russa, e ambas estão em
conflito.
A equipe russa teria acusado a cubana de ter cometido erros na
primeira cirurgia, de retirada do tumor. Ainda segundo os documentos,
uma segunda cirurgia teria sido feita pelos russos basicamente para
corrigir os erros dos cubanos. Oficialmente, o governo venezuelano
declarou que foi realizada somente uma cirurgia.
- Os russos reclamam que os cubanos não têm um tratamento (sic) de
imagens adequado para tratar Chávez. O diagnóstico médico dos cubanos é
de dois anos. Já o diagnóstico russo, em razão do equipamento médico
inadequado, é de menos de um ano [de vida].
Segundo a fonte citada nos e-mails, a equipe médica reclamaria que o presidente venezuelano é “um paciente difícil”.
- Ele não ouve os médicos e interrompe o tratamento para fazer aparições públicas.
Exemplo disso é que Chávez teria interrompido o tratamento
quimioterápico para ir ao evento da Celac (Comunidade de Estados
Latino-americanos e Caribenhos), cuja cúpula de fundação estava prevista
para julho e acabou sendo realizada nos primeiros dias de dezembro em
Caracas.
Informações oficiais sobre Chávez
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi submetido a uma cirurgia
na capital cubana em 20 de junho para a retirada de um tumor maligno na
pélvis, onde também recebeu os dois primeiros tratamentos de
quimioterapia, em julho e agosto. Os médicos não revelaram o tipo de
câncer de Chávez. Em outubro passado, ele declarou que estava livre do
câncer.
Mas o venezuelano voltou este final de semana a Cuba para realizar
mais uma cirurgia. Chávez declarou na semana passada que tem uma lesão
de dois centímetros na mesma região pélvica de onde os médicos removeram
o tumor em junho.
Wikileaks
O ativismo do site WikiLeaks, ONG sediada na Suécia, ganhou
notoriedade neste ano com o vazamento de documentos confidenciais da
maior potência do mundo: os Estados Unidos. A escalada de polêmicas
começou em abril, ao divulgar na internet vídeos de civis iraquianos
sendo mortos durante um ataque aéreo das forças militares americanas.
Desde então, os textos publicados constantemente pela organização
expôs os EUA de diferentes formas: desde o seu envolvimento nas guerras
do Afeganistão e Iraque, o trabalho da CIA (inteligência americana), aos
relatórios confidenciais da diplomacia.
Mas o WikiLeaks não estampou o noticiário internacional apenas por causa
dos vazamentos. Há uma enorme polêmica em torno de seu fundador, o
australiano Julian Assange, que diz receber ameaças de morte e, ao mesmo
tempo, é acusado de estupro e agressão sexual na Suécia.
Assange atualmente está na Grã-Bretanha e tenta evitar uma extradição
para a Suécia, país que quer interrogá-lo pelos quatro supostos crimes
sexuais.
O WikiLeaks teme que, caso Assange seja extraditado para a Suécia, Estocolmo o envie aos Estados Unidos.